segunda-feira, 31 de outubro de 2011

NOVOS RECURSOS TÉCNICOS PARA MELIPONICULTURA

 

NOVOS RECURSOS TÉCNICOS, NOVOS CAMINHOS PARA CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO

 

 

As colméias redondas modelo 'MITSIOTIS' imitam a forma dos refúgios naturais, que são os troncos de árvores ocados, nos quais as abelhas sem ferrão nidificam, para se protegerem das chuvas, ventos, frio, calor e também de inimigos e predadores.

As colméias redondas feitas de madeira são as 'ferramentas' adequadas para pesquisas científicas, propiciando resultados de maior precisão, pois este modelo de colméias proporciona às abelhas todas as condições necessárias para que elas possam ORTONIDIFICAR.

Sabe-se que quando um enxame de abelhas sem ferrão, de qualquer espécie, instala-se numa colméia de forma perfeita, como de fato são as colméias redondas modelo ‘MITSIOTIS’, as abelhas integrantes do enxame conseguem ORTONIDIFICAR, e ao ortonidificarem, automaticamente reduzem o custo de manutenção e funcionamento fisiológicos do ninho das mesmas. Reduzem então o que podemos definir como “Custo Colônia”, de forma análoga como se convencionou definir como “Custo Brasil”, os custos que oneram a sociedade de forma desnecessária, evitável.

Por outro lado, quando as abelhas integrantes do enxame forçosamente nidificam, por causa de ausência de alternativas, em refúgios naturais ou em colméias, de formas e ou dimensões tais que impõem a elas a mudar (distorcer) a forma fisiológica de seu ninho - portanto excluem-se para as abelhas todas as possibilidades de ORTONIDIFICAREM - o “Custo Colônia” aumenta proporcionalmente ao grau da distorção ou de mudança da forma que sofreu o ninho das abelhas.

E sabe-se que, em primeiro lugar, são as abelhas que vivem em ninho não ORTOFORME que pagam o “Custo Colônia”, com maior consumo de mel, maior desgaste físico desnecessário para contornar os obstáculos e ou vencer todas as dificuldades, principalmente, as de manter a temperatura do ninho das crias ao nível adequado para incubação das crias. E em segundo lugar, é o criador das abelhas que “paga” o “ Custo Colônia”, pois colhe menos mel ou qualquer outro produto da colônia de abelhas, que ele visa colher.

As abelhas sem ferrão de qualquer espécie “sabem” ortonidificar e de fato elas ortonidificam sempre, desde que os refúgios naturais que elas encontrem favoreçam. Este “saber” está no DNA delas. O único que desconhece as leis que controlam a ortonificação nas espécies de abelhas eussociais é o homem com seus interesses egoísticos de qualquer natureza.

É relativamente fácil de se perceber que a ortonidificação convém tanto para as abelhas quanto para os criadores das mesmas, e por isso tanto os cientistas quanto os criadores deveriam primar por ela. Qualquer teste ergonômico referente ao trabalho das abelhas em cada modelo de colméia, conduzido com imparcialidade, confrontando as colméias NÃO REDONDAS (retangulares) com as colméias REDONDAS (cilíndricas) modelo ‘MITSIOTIS' feitas de madeira, poderá confirmar essas afirmações. Em testes ergonômicos, os modelos retangulares de colméias inventados e ou modificados com objetivo de aperfeiçoá-los, durante anos de estudos e dedicação às abelhas sem ferrão, conforme descrito em livros, NÃO PASSARÃO no teste. Certamente serão reprovados.

Abaixo explico os porquês.

Os autores de livros e os inventores de colméias não levaram em consideração os benefícios advindos da ortonidificação, uma vez que não são encontrados em seus livros ou artigos até a presente data, referencias a ela, bem como sua importância para a sobrevivência de cada espécie e sua perpetuação.

Nas ultimas seis décadas foram inventados diversos modelos de colméias para abelhas sem ferrão. Há os retangulares de expansão vertical que permitem que as abelhas construam seu ninho verticalmente, mas há também os modelos de formato retangular horizontal, que obriga as abelhas a nidificarem como se fosse em um ninho de tronco deitado. Estes foram os primeiros modelos com o nome de colméia racional e estão em uso até hoje.

Em refúgios naturais, os ninhos das abelhas são de expansão vertical: os potes do mel e do pólen, ocupam lugares em cima e em baixo do ninho das crias. Então o ninho das crias que é a área que ocupa o invólucro que envolve os favos de crias fica entre os dois grupos de potes de mel e pólen.

Depois de abatida uma árvore que abriga uma colônia de abelhas, se o tronco for deixado na posição horizontal, deitado, obrigatoriamente ficará deitado também o ninho das crias e potes de alimento que nele há. O cilíndrico ninho das abelhas, de expansão vertical, após deitado, sofre mudança radical em sua forma. Será reconstruído pelas próprias abelhas, que forçosamente abandonarão a ortoforma fisiológica, para mudá-la para uma forma de ninho das abelhas, de expansão horizontal (não cilíndrico). Os potes de mel e de pólen, no ortoninho das abelhas (ninho em tronco vertical) ocupavam lugares em cima e embaixo do ninho das crias, porém na nova forma (ninho em tronco deitado, horizontal) ficam localizados à esquerda e à direita do ninho das crias, isto é, ninho com formato antifisiológico. Infelizmente essa é a forma de ninho das abelhas sem ferrão que vários modelos de colméias em uso, impõem às abelhas. Repetindo para ênfase: Ninho das abelhas construído segundo a forma de ninho em TRONCO DE ÁRVORE DEITADO, aumenta o “ Custo Colônia”, por que são ninhos das abelhas arquitetonicamente antinaturais.

Distingue-se ainda a colméia cilíndrica modelo ‘MITSIOTIS’ como a verdadeiramente racional, por ser um modelo que, por sua forma poupa as abelhas de desgastes físicos desnecessários, uma vez que não há cantos de paredes das câmaras (módulos) para preencherem com própolis, batume ou geopróprolis, como costumam fazer, principalmente as mandaçaia. A forma cilíndrica do modelo ‘MITSIOTIS’ é a forma perfeita, sendo necessário apenas fazer ajustes na altura e diâmetros de câmaras, adequando-as para cada uma das mais de trezentas espécies eussociais que se encontram no continente.

Por tanto, em toda a história da criação e cultura de abelhas sem ferrão, e com todos os modelos inventados por diversos criadores e ou cientistas até a presente data, o único modelo de colméia para abelhas sem ferrão, que PRIMA e FAVORECE 100% a ortonidificação é o modelo ‘MITSIOTIS’ e, por isso com esse novo recurso técnico, abrem-se novos caminhos para esse ramo de atividade e ciência.

É minha contribuição para com a criação e cultura de abelhas sem ferrão de espécies nativas das Américas.

Em Jaraguá, São Paulo, SP., Brasil.

Nikolaos Argýrios Mitsiotis

E-mail: nikeeper@terra.com.br

Em outros LINKS:

http://ceupermanente.blogspot.com/

segunda-feira, 9 de maio de 2011

ABELHAS NATIVAS - MELIPONICULTURA

http://www.youtube.com/tvepagri#p/u/0/8mL9HQwuaz4
Matéria da TVEPAGRI sobre a importância da criação e preservação das abelhas sem ferrão, espécies nativas do Brasil. Um tesouro, verdadeiro Patrimônio Natural da Humanidade. Nossas florestas e toda vegetação nativa, que cobrem o solo brasileiro, são dependentes destes pequeninos insetos alados, que asseguram o processo de polinização para geração de frutos e produção de sementes.

terça-feira, 15 de março de 2011

The Indirect and Silent Extermination of Biodiversity´s Species

This work of citizenship intends to alert peoples on the predatory action of one invasive alien specie, on the Americas biodiversity, which predator lives out of human control more than five decates.

Copy of it can also be downloaded from the attachment.

 

The Indirect and Silent Extermination of Biodiversity´s Species

 

The forests of the Amazon Region arouse a worldwide great interest, certainly because the area of 370 million of hectares of natural forests ¹, with big trees, it constitutes today the most important forest reserve, the basic factor for preserving the climatological function of the Region so as of the Planet.

There is nowhere else in the world equivalent area with the same characteristics of natural and primitive forest. The biodiversity contained there, flora and fauna, impressively rich, is the Natural Heritage of Humanity, which must be preserved at any cost, and therefore that any kind of deforestation is unacceptable.

It is known that deforestation can occur naturally or by anthropic action. On the action of Nature very little we can do, or nothing, and fortunately, its impact in the region generally is very small.

 

Deforestation by human action, to date is the most worrisome, as it represent the main cause of biodiversity´s loss, and worries about being visible and measurable, which facilitates a more precise analysis about, of what will come in future times.

 

Currently almost all journals, often inform statistical data on the progress of annual deforestation in the Amazon, because this region is monitored by satellite. The man in his greed, stimulated by the Agribusiness, resolves to deforest, objectifying to extend  pasturages for more extensive cattle or buffaloes breeding and parallelly to increase the already large areas for growing alien species of vegetals.

 

No part of this work, but other developmental activities like mining, oil exploration, construction and expansion of infrastructure, also contribute to deforestation.

 

According to current statistics, the loss due to deforestation visible (monitored) reaches values ​​of around 23,000 km ² per year ¹. At this rate, over a few generations (approximately 100-150 years), the millions of hectares of forests actually present in the Amazon Region, will cease to exist.

 

These statistics, however, does not consider deforestation sued by an alien pollinator agent, undetectable by satellite, which act indirectly and noiselessly and in your innocent daily struggle for survival, process (executes) an ‘INVISIBLE DEFORESTATION’. This kind of deforestation result worst than that processed (executed) by the cattle breeders.

 

Deforestation for cattle breeding or agriculture is visible and so detectable by satellite, but one that the African honey bees are running in a broad, intensive and without interruption for more than half a century (from Brazil and reaching gradually other countries of the Americas), is not captured by the lenses of the satellites photographic cameras, but yes, by the "eyes" of the mind of those who knows deeply the behavior of the African specie of honey bees.

 

By the one hand, the catastrophic action of this alien invader pollinator agent, over much of the Americas’ biodiversity, includes the subtraction / removal of astronomical amounts of materials produced by native plants, nectar and pollen, key partners in the process of pollination whereby if ensures the fruit, the latter being responsible for reproduction, propagation and perpetuation of native flora.

 

On the other hand, these floral products, nectar and pollen, are also key partners in the process of perpetuation of indigenous pollinators (stinginess and stingless bees) as suppliers of carbohydrates and proteins, indispensables foods for these animals to survive and fulfill their role in nature, namely to carry out the pollination of a large number of species of native plants of the Americas. Our forests would not exist without the participation of these essential pollinators, the indigenous bees and other pollinating animals.

 

The scale of the impact caused by the African honey bees can be measured indirectly and parametrically, knowing the values ​​that underlie in this process of the invisible deforestation’:

 

-            Population density of African honey bee colonies- Apis mellifera scutellata: 107.5 colonies per square kilometer in the Cerrados region in 1971. (Michener, C.D. The social behavior of the bees: a comparative study. Cambridge, Massachusetts: The belknap press of Harvard University Press, 1974, page 350.)

 

-             Territorial area of Brazil: 8,514,876 km ²

 

-             Territorial area of the Cerrados in Brazil ²: 2,000,000 km ²

 

-           Annual pollen consumption per colony of African honey bees: 40 kg.  (David W. Roubik - 1986: "Sporadic food competition with the African honey bees: projected impact on neotropical social bees").

 

 

With the above data we can state that in 1971 there were scattered in the area of the Brazilian Cerrados 215 million of colonies of Africanized honey bees, removing annually 8.6 million tons of pollen from the ´melissotrophic’ flora. Maintained these values ​​over these 40 years (1971-2011) we can conclude that, the African honey bees subtracted from melissotrophic flora during this period over than 344 million tons of pollen, only from the Cerrados Region of Brazil.

 

The amount of pollen subtracted certainly is much higher because demographically the density of African honey bee colonies did not remain constant, by the contrary has increased over the years, counting from the mid-eighties of last century. Current data record that each colony of African / Africanized honey bees maintained in apiaries and / or so wild in the forests and savannas, annually releases in the environment 2-3 reproductive swarms (not absconding swarms) depending on the region of Brazil. Some publications / recent reports (2009-2010) report a number of up to 10 instances of swarms / colony year (artificial forests of Acacia mangium, RR. Roraima, Brazil). Link:

http://images.projapi.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/TWpLSQooCtUAAHH4ZKc1/MULTIex.pdf?key=projapi:journal:31&nmid=418955974  is shown a schematic representation of the speed of reproduction of the Africanized honey bee colonies in three different situations, considering that can release of 1, 2 and 3 swarms per colony per year (MULTIex.pdf).

 

This huge capacity of reproduction of African / Africanized honey bees colonies generates a lot of swarms (new families) outside the control of man, supported by the melissotrophic native flora, which provides them with plenty of pollen and nectar, allowed this specie of honey bees to invade migrating, vast areas of most countries of the Americas.

 

Africanized honey bees have never been, are not and never will be necessaries as pollinators to perpetuate the species of native plants, because the American Continent has its own indigenous pollinators. Only in Brazil there are hundreds of species of eusocial bees (living in society) and approximately 5,000 species of solitary bees ('A Mandaçaia' Davi Said Aidar 1996, page 9). This means that our native flora dispose a very rich pollinators melissofauna, which classify the African honey bees, truly UNNECESSARIES to YESTERDAY, NOW AND FOREVER, because they are alien invader pollinators, without any affinity with the native flora.

 

Every day, and very early, before the indigenous bees leave their nests for searching foods, the African honey bees, which leave to gather foods earlier than native ones, subtract the pollen both, from the male flowers and from the hermaphrodite flowers, stripping (denudates) the anthers (1), and by removing the pollen from the flowers make useless, effectless the natural work of indigenous pollinators. From there the action of indigenous bees responsible for the process of natural pollination, becomes deficient, and in some cases interrupted, affecting plant reproduction (sterility). An increasing number of species of native plants from Brazil already identified with the problem of infertility resulting from the action of the African / Africanized honey bees.

 

It is known that without the generation of fruits there is no seeds and without seeds there is no multiplication of plants and, of course, the native flora is not renewed.

 

It is necessary that each person must knows that even when African honey bees visit flowers whose size makes it easy to pollinate them, this apparent "benefit" provided to the flowers of native plants, is pratically a "disservice" for the environment, because the foods that African honey bees removed from the flowers, cause a great lack for the indigenous pollinators, which from year to year, are shrinking in number and presence in any regions, where there are colonies of African / Africanized honey bees.

 

The consequence is a slow, gradual, noiseless process of extermination of species, from native flora and indigenous fauna, respectively, because of the lack of pollination, as the lack of foods (nectar and pollen), since the indigenous bees of any specie, are not AEROPHAGOUS.

 

On April 26, 2005, this fact, "The Extermination of Native Species", was denounced by the Beekeeping Technician Mr. Nikolaos Argyrios Mitsiotis in a lecture held at ESALQ - Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz - USP, Piracicaba, São Paulo – Brazil and, in the same year, through the article "Unacceptable the African Races of Honey Bees" published in "MELISSOKOMIKÓ BHMA"(2), review of Federation of Greek Beekeepers' Associations - www.omse.gr , at the time chaired by Mr. Gerásimos Krágias.

 

Throughout the Brazilian territory is now possible to deduce the existence of approximately   1 billion colonies of Africanized honey bees dispersed in nature, which each year subtract from, some 40 million tons of pollen, without any concern on the part of authorities and entities responsible for the environment preservation, and therefore without any control. If nothing will be done within along the next 50 years this amount will be reach approximately 2 BILLION TONS OF POLLEN, collected and consumed by African and Africanized honey bees. Seeing this, we ask: and all that astronomic amount of pollen that the African honey bees has been collecting and consuming since their introduction in Brazil (1956), did not, does not and will not lack for the pollinators of indigenous fauna? Not out, is not and will not be subtracted the POLLEN from the melissotrophic pasturages which along the millions of years has been supplying foods to the pollinators of indigenous species, living on the Brazilian territory?

 

The environmental impact will have no other routing as long as the omission of the press and all public institutions involved in this issue that is paramount to the sustainability of Brazil's and the Americas biodiversity.

 

What is reported above is a broad knowledge of the Country's Scientific Institutions and Environmentalists Institutes, managed or not as NGO’s (Non Governmental Organizations), which recognize that the African honey bee is really an invasive alien specie and, anyway, and by their censurable silence, validate all projects, indistinctly, aimed to install apiaries of Africanized honey bee colonies, even if they are planned to be installed in protected areas, (Environmental Protection Areas and Legal Reserves), in the Amazon or the Atlantic Forest (what remains of it), spreading increasingly the alien invader pollinators.

 

Among the Official Agencies there is not a single dissenting voice, and then, lamentably and with disappointment, we can deduce that, for these Entities the African / Africanized honey bees are AEROPHAGOUS, harmless!

 

The solution of this environmental problem of Brazil and the Americas is very simple but has a continental scale. The Project "Aristeu in the Americas”, elaborated by Mr. N. Mitsiotis (3), details all steps and actions necessaries to eradicate the specie of African honey bees, but its implementation requires large financial resources and full support of all governs Municipal, State and Federal governs of Brazil, as well as the concordance and honesty cooperation of other countries of Americas, for Europeanization of the Beekeeping of the Continent. All cooperation and participation of European nations are also very welcome, for the preservation of biodiversity which is the Natural Heritage of Humanity.

 

We have fulfilled our duty to inform.

 

Ricardo Dirickson

Projapi – Projetos Apícolas

São Paulo – São Paulo – Brasil

Fone: 55 11 8208-0422 - Tim

 

      (1)   http://images.projapi.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/TU8X9AooCtUAAF@E@oE1/raspando%20as%20anteras.pdf?key=projapi:journal:1&nmid=246284285

(2)    http://projapi.multiply.com/journal/item/29/UNACCEPTABLE_THE_AFRICAN_RACES_OF_HONEY_BEES(3)    http://projapi.multiply.com/journal/item/8/8

 

 

¹ Gordon and Betty Moore Foundation – www.moore.org

² Brazilian Bee Surveys: State of Knowledge, Conservation and Sustainable Use

Attachment: EXIMES rfin.pdf

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Extermínio Indireto e Silencioso de Espécies

O PRESENTE TRABALHO DE CIDADANIA TEM POR OBJETIVO ALERTAR SOBRE AÇÃO PREDATÓRIA DE ESPÉCIE EXÓTICA INVASORA SOBRE A BIODIVERSIDADE DAS AMÉRICAS, HÁ MAIS DE CINCO DÉCADAS.

Cópia do Trabalho também pode ser baixada no anexo.

A seguir a íntegra do Trabalho:

 

O Extermínio Indireto e Silencioso de Espécies da Biodiversidade

 

 

As florestas da Região Amazônica despertam um grande interesse mundial, certamente porque a área de 370 milhões de hectares de matas ¹ naturais, com árvores de grande porte, se constitui hoje na mais importante reserva florestal, fator básico para preservação da função climatológica da Região assim como do Planeta.

 

Não existe em nenhuma outra parte do mundo área equivalente com as mesmas características de mata natural e primitiva. A biodiversidade ali contida, flora e fauna, impressionantemente rica, é o Patrimônio Natural da Humanidade, o qual deve ser preservado a qualquer custo, e por isso mesmo que qualquer tipo de desflorestamento é inaceitável.

 

Sabe-se que a origem de desflorestamentos pode ser por ação Natural e por ação do Homem, antrópica. Sobre a primeira ação muito pouco podemos fazer e, felizmente, o seu impacto na região é muito pequeno.

 

O desflorestamento pela ação do Homem, até a presente data é o que mais preocupa, por ser a principal causa de perdas da biodiversidade, e preocupa por ser visível e mensurável, pois facilita uma análise mais precisa sobre o que advirá, em tempos futuros.

 

Atualmente em quase todos os veículos informativos, com freqüência, aparecem dados estatísticos, sobre o avanço do desflorestamento anual na Amazônia, pois essa região é monitorada via satélite. O homem na sua ganância, estimulada pelo Agronegócio, resolve desflorestar, desmatar para ampliar as pastagens destinadas à criação extensiva de bovinos e bubalinos e, paralelamente, aumentar as já extensas áreas para plantio de vegetais de espécies alienígenas.

 

Não fazem parte do presente trabalho, mas outras atividades desenvolvimentistas como a mineração, a exploração de petróleo, a construção e a ampliação de infra-estruturas, também contribuem para o desmatamento.

 

Segundo estatísticas atuais, as perdas em função do desflorestamento visível (monitorado) alcançam valores da ordem de 23.000 km² por ano ¹. Neste ritmo, ao longo de poucas gerações (aproximadamente 100-150 anos), os milhões de hectares de florestas atuais da Bacia Amazônica, deixarão de existir.

 

Estas estatísticas, no entanto, NÃO consideram o desflorestamento processado por um agente polinizador alienígena, indetectável por satélite, que por agir indireta e silenciosamente, em sua inocente luta diária pela sobrevivência, executa o DESFLORESTAMENTO INVISÍVEL. Esta forma de desflorestar é pior que a dos bovinocultores.

 

O desflorestamento para criação de gado ou para agricultura é visível e por isso detectável por satélite, mas aquele que as abelhas africanas vêm executando de maneira ampla, intensiva e sem interrupção, há mais de meio século a partir do Brasil e progressivamente alcançando os demais países das Américas, não é identificado pelas lentes das câmeras fotográficas dos satélites, mas sim pelos “olhos” da mente daqueles que conhecem profundamente o comportamento desta raça de abelhas.

 

Por um lado a ação catastrófica deste agente alienígena invasor sobre a maior parte da  biodiversidade do Continente Americano, compreende a subtração/retirada de astronômicas quantidades de materiais produzidos pela flora nativa, o néctar e o pólen, parceiros fundamentais no processo da polinização mediante o qual se assegura a frutificação, sendo esta última responsável pela reprodução, multiplicação, e perpetuação da flora nativa.

 

Por outro lado, estes produtos florais, néctar e pólen, são também parceiros fundamentais no processo da perpetuação dos agentes polinizadores nativos (abelhas indígenas com ou sem ferrão), como fornecedores de carboidratos e proteínas necessários para que estes animais possam cumprir a sua função na natureza, ou seja, realizar a polinização de um grande número de espécies da flora nativa do Continente Americano. Nossas florestas não existiriam sem a participação imprescindível destes agentes polinizadores, as abelhas nativas, e a de outros animais polinizadores.

 

A dimensão deste impacto criado pelas abelhas africanas pode ser mensurado indireta e parametricamente, conhecendo-se os valores que estão implícitos neste processo de desflorestar invisível:

 

-            Densidade demográfica de colônias de abelhas exóticas invasoras – abelhas africanas – Apis mellifera scutellata: 107,5 colônias por km² na região dos Cerrados em 1971. (MICHENER, C.D. The social behavior of the bees: a comparative study. (O comportamento social das abelhas: um estudo comparativo.) Cambridge, Massachusetts: The belknap press of Harvard University Press, 1974. page 350.)

 

-           Área territorial do Brasil: 8.514.876 km²

 

-           Área territorial dos Cerrados no Brasil ²: 2.000.000 km²

 

-            Consumo de pólen por colônia de abelhas / ano: 40 kg

(David W. Roubik - 1986: "Sporadic food competition wiht the African honey bees: projected impact on Neotropical social bees" - “Esporádica competição alimentar com as abelhas africanas: impacto previsto sobre as abelhas sociais das regiões tropicais”).

 

Com os dados acima podemos afirmar que em 1971 existiam dispersas na área dos Cerrados brasileiros 215 milhões de colônias de abelhas africanas retirando anualmente 8,6 milhões de toneladas de pólen da natureza. Mantidos estes valores ao longo destes 40 anos (1971-2011) concluímos que as africanas subtraíram da natureza neste período mais de 344 milhões de toneladas de pólen, apenas na região dos Cerrados.

 

A quantidade de pólen subtraído seguramente é muito maior pois, a densidade demográfica de colônias de abelhas africanas não se manteve constante, pelo contrário aumentou ao longo dos anos, a partir da metade da década de oitenta do século passado. Dados atuais registram que cada colônia de abelhas africanas/africanizadas, mantida em apiários e/ou de maneira silvestre nas matas e cerrados, libera anualmente na natureza de 2 a 3 enxames reprodutivos (não enxames de abandono) dependendo da região do Brasil. Algumas publicações / relatos recentes (2009-2010) informam um número de até 10 ocorrências de enxames/colônia ano (florestas artificiais de Acacia mangium, RR. Roraima, Brasil)

. No link:

http://images.projapi.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/TWpLSQooCtUAAHH4ZKc1/MULTIex.pdf?key=projapi:journal:31&nmid=418955974 é mostrada uma representação esquemática da velocidade de multiplicação das colônias de abelhas africanas, em três situações distintas, considerando a liberação de 1, 2 e 3 enxames por colônia/ano.

 

Esta enorme capacidade de multiplicação das abelhas africanas/africanizadas gera grande quantidade de enxames (novas famílias) fora do controle do homem que, sustentadas pela flora melissotrófica nativa, que as supre com abundância de pólen e néctar, possibilitou a esta espécie de abelhas, invadir migrando, vastos territórios da maioria dos países das Américas.

 

As abelhas africanas nunca foram, não são e nunca serão necessárias como agentes polinizadores para perpetuar as espécies de vegetais nativos, pois o Continente Americano dispõe de polinizadores indígenas próprios. Só no território brasileiro existem centenas de espécies de abelhas eussociais (que vivem em sociedade) e aproximadamente 5.000 espécies de abelhas solitárias (‘A MANDAÇAIA’ - Davi Said Aidar 1996, pagina 9). Isto quer dizer que a nossa flora nativa conta com uma riquíssima melissofauna polinizadora, o que torna as abelhas africanas, verdadeiramente DESNECESSÁRIAS, para ONTEM, AGORA E SEMPRE, pois elas são polinizadores alienígenas invasores, sem afinidades (vínculos) com a flora nativa.

 

Diariamente logo cedo, muito antes das abelhas nativas saírem de seus ninhos em busca de alimentos, as abelhas africanas, que saem para coletar alimentos mais cedo que as nativas, subtraem o pólen das flores, tanto das masculinas quanto das hermafroditas, desnudando as anteras (1) e, ao retirarem o pólen das flores inviabilizam o trabalho natural dos agentes polinizadores nativos.

 

A partir daí a ação das abelhas nativas, responsáveis pelo processo de polinização natural, torna-se deficiente e, em certos casos interrompe-se, afetando a reprodução das plantas (esterilidade). É crescente o número de espécies da flora nativa do Brasil já identificadas com o problema de esterilidade decorrente da ação das abelhas africanas/africanizadas.

 

Sabe-se que sem a geração de frutos não há sementes e sem as sementes não há multiplicação das plantas e, obviamente, a flora nativa não se renova.

 

È necessário que cada pessoa saiba que, mesmo quando as africanas visitam flores cujo tamanho as facilita para polinizá-las, esse aparente “benefício” prestado às flores de plantas nativas, na realidade é um “desserviço” para o meio ambiente, pois os alimentos que as abelhas africanas retiram das flores, vai fazer grande falta para os polinizadores nativos, os quais de ano para ano, vão diminuindo em número e em presença, nas regiões onde há presença de colônias de africanas/africanizadas.

 

A conseqüência disto é um lento, gradual e imperceptível processo de extermínio de espécies, da flora nativa e fauna indígena, respectivamente, seja pela ausência de polinização, como pela falta de alimento (néctar e pólen), afinal as abelhas de espécies indígenas não são AERÓFAGAS.

 

No dia 26 de abril de 2005, este fato, “O Extermínio de Espécies Nativas”, foi denunciado pelo Técnico em Apicultura Sr. Nikolaos Argyrios Mitsiotis em palestra realizada na ESALQ – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo – Piracicaba – São Paulo – Brasil e, no mesmo ano, por meio do artigo Inaceitáveis as Abelhas de Raças Africanas” publicado na revista “MELISSOKOMIKÓ BHMA” (2), órgão da Federação das Associações de Apicultores da Grécia – www.omse.gr, presidida na época pelo Sr. Gerásimos Krágias.

 

Em todo território brasileiro atualmente é possível se deduzir a existência de aproximadamente 1 bilhão de colônias de abelhas africanas dispersas na natureza, as quais subtraem anualmente cerca de 40 milhões de toneladas de pólen, sem alguma preocupação por parte das autoridades e das entidades responsáveis pela preservação ambiental, e por isso sem nenhum controle. Se nada for feito nos próximos 50 anos esta quantidade alcançará aproximadamente 2 BILHÕES DE TONELADAS DE PÓLEN, coletado e consumido pelas abelhas africanas e as africanizadas. Diante disto perguntamos: e todo esse astronômico volume de pólen que as abelhas africanas vem coletando e consumindo desde a sua introdução no Brasil (1956), não fez, não faz e não fará falta para as espécies nativas da fauna de polinizadores?  Não fora, não é e não será subtraído o PÓLEN dos pastos melissotróficos que há milhões de anos vem suprindo com alimentos as espécies de polinizadores indígenas, do território brasileiro?

 

Este impacto ambiental não terá outro encaminhamento enquanto perdurarem as omissões por parte da imprensa e de todas as Instituições Públicas envolvidas neste assunto que é de suma importância para a sustentabilidade da biodiversidade do Brasil e das Américas.

 

O que está relatado acima é de amplo conhecimento das Instituições Científicas do País e dos Institutos Ambientalistas, geridos ou não como ONG’s (Organizações Não Governamentais), os quais reconhecem que a abelha africana é espécie exótica invasora e, assim mesmo e com seu silêncio, validam todos os projetos direcionados à instalação de apiários de abelhas africanizadas, mesmo que estejam planejados a serem instalados em áreas de proteção ambiental, seja na Amazônia ou na Mata Atlântica (o que resta dela), disseminando cada vez mais o agente polinizador alienígena invasor.

 

Dentre os Órgãos Oficiais não há uma única voz discordante, então, lamentavelmente e com desapontamento, podemos deduzir que para essas Entidades as abelhas africanas/africanizadas são AERÓFAGAS, inofensivas!

 

A solução desse problema ambiental do Brasil e das Américas é bastante simples mas tem uma magnitude continental. O Projeto “Aristeu nas Américas”, elaborado pelo Sr. N. Mitsiotis (3), detalha todas as etapas e ações necessárias para erradicar as abelhas africanas, mas esta implementação exigirá a aplicação de grandes recursos financeiros e, o apoio integral de todos os governos Municipais, Estaduais e Federal do Brasil, assim como a concordância e honesta cooperação dos demais países do Continente Americano para europeização da apicultura deste Continente. Toda cooperação e participação dos países Europeus, também são muito bem vindas, para preservação desta biodiversidade que é um Patrimônio Natural da Humanidade.

 

Cumprimos nosso dever de informar.

 

Ricardo Dirickson

Projapi – Projetos Apícolas

São Paulo – São Paulo – Brasil

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(1)  http://images.projapi.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/TU8X9AooCtUAAF@E@oE1/raspando%20as%20anteras.pdf?key=projapi:journal:1&nmid=246284285

(2)  http://images.projapi.multiply.multiplycontent.com/attachment/0/TTw0RwooCtUAACUIBGg1/_INACEIT%20port%20corrente.pdf?key=projapi:journal:1&nmid=246284285

(3)    http://projapi.multiply.com/journal/item/8/8

 

¹ Gordon and Betty Moore Foundation – www.moore.org

 

² Brazilian Bee Surveys: State of Knowledge, Conservation and Sustainable Use

 

Attachment: EXIMES rf.pdf